“A arte não é um espelho para refletir o mundo, mas um martelo para forjá-lo.”
― Vladimir Maiakovski
O ser
humano utiliza um extenso repertório de símbolos para se expressar através de
uma linguagem artística: vestimentas, tatuagens, pinturas, piercings e
escarnificações são os exemplos mais comuns de métodos e formas utilizadas
nesse processo. Atua lmente muitas dessas práticas foram mantidas e demostram o
quanto herdamos culturalmente traços culturais antigos, mas será que os
significados são mantidos? Será que os motivos são os mesmos ou semelhantes?

Por mais que a palavra seja de origem samoana, muitas
outras culturas utilizaram em épocas remostas esse recurso, as mumuias do Egito
já utilizavam tatuagens e nos Alpes Austríacos foi achado um homem da idade do
bronze com 57 tatuagens, seu corpo estava preservado no gelo e a crença local
dizia que os desenhos estavam associados a rituais de cura.
Dessa
forma vemos que os desenhos possuíam significados diferentes, mas uma função
muito semelhante, criar através de um símbolo algo que existia apenas no campo
da intenção, ou seja, materializar sentimentos e conceitos.
Outro costume curioso são as escarnificações, cicatrizes
ritualisticas muito utilizada por povos indígenas para demostrar quem eram os
mais bravos guerreiros ou para simboliozar a passagem para vida adulta.
Novamente essas marcas possuiam um significado muito intímo e ligado ao grupo,
normalmente pela ausência de outras maneiras de produzir uma diferenciação
social, uma identidade que marcaria a pessoa em questão e possibilitaria que o
mesmo fosse reconhecido perante os demais.
Uma prova disso são
as perfurações, muito utilizadas pelas tribos nativas da América, os piercings
e alargadores eram uma forma de demostrar ascensão e prestigio social. Algumas
tribos Maias e Astecas faziam perfurações em rituais e deixavam o sangue
escorrer pela terra, pois o mesmo alimentava os deuses segundo sua crença.

A festa foi tão grandiosa que o sol ficou com
inveja desta criatura, logo no meio da festa ele resolveu matá-la atirando-lhe
flechas, mas como Kamukuaká era muito rápido ele desviou e as flechas
furaram apenas suas orelhas, quando o povo viu a habilidade daquele ser ao se
esquivar do próprio sol resolveram furar suas orelhas em homenagem a ele e até
hoje os indígenas mato-grossenses realizam uma festa onde praticam uma cerimônia
que lembra este episódio.
Com o tempo esses buracos começaram a ser
preenchidos com joias e em pouco tempo os índios começaram a utilizar
alargadores, é claro que o uso deles tinha um significado, na tribo Kayapó por
exemplo, o Botoque (alargador colocado no lábio inferior) é uma forma de
demostrar que a pessoa tem o dom da oratória e quando colocam um alargador na
orelha é porque acreditam que os ouvidos se tornam mais receptivos com ele e
logo a pessoa se tornará mais sabia.
Os incas também foram grandes utilizadores dos
alargadores de orelha, seus alargadores eram inseridos apenas nas pessoas de
grande prestigio social, por causa disto os espanhóis apelidaram os nativos
superiores de “orejones” (orelhudos) devido ao tamanho das orelhas alargadas. Para
os incas essa pratica possibilitaria a ampliação dos sentidos e a comunicação
com o mundo sagrado.

Para os Incas as roupas tinham um valor
fundamental, elas demonstravam a hierarquia social que o nobre ocupava, tendo o
mesmo efeito das joias, ou seja, quanto mais nobre maior a complexidade da
confecção de sua vestimenta, cores, formato e qualidade do tecido, os nobres
usavam roupas chamadas “Cumbi”, elas eram feitas com fibras de camelídeos
(Lhama, Alpaca, Guanaco ou Vicunha) por tecelões muito habilidosos. Em outras
ocasiões as roupas tinham um valor sagrado, pois eram um objeto ritualístico,
de acordo com a mudança da colheita ou estação do ano um tipo de roupa era
usado para realizar o ritual de passagem de ciclo, de forma que existiam
tecelões específicos para produzir a vestimenta de acordo com a ocasião ou
ritual. Isso pode ser constatado com a
descoberta das múmias Incas em Paracas, elas estavam enroladas de mantos
repletos de cores vivas e bordados zoomórficos, revelando a importância da
vestimenta para os povos dos Andes, visto que os Incas herdaram esse costume
das civilizações anteriores.
Tudo isso nos mostra como algumas praticas que
consideramos novas e causam espanto para pessoas mais conservadoras são muito
antigas em nosso mundo e faziam parte da cultura de diversos povos na
antiguidade, a arte corporal é um costume sem fronteiras que vem sendo
aprimorado e a cada dia gera mais adeptos que inovam seus conceitos dando novos
valores a essa arte milenar. O Que realmente importa é que a pessoa esteja
sincronizada com o tipo de arte escolhida e atrvés dela consiga atingir seus
objetivos sejam artísticos ou espirituais, por este motivo vale utilizar a
História para investigar as razões dos antigos em criar essas práticas e
comparar com a atuliade para entendermos como funciona a evolução dessa rica
forma de manifestação.
Grande Abraço
Equipe Marcelo Lambert
Jonatan Tostes
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