Atualmente nosso mundo civilizado sofre constantemente com
os problemas que as drogas lícitas e ilícitas trazem para a sociedade, a cada
dia famílias sofrem perdas e a violência aumenta devido o uso inadequado de
substancias químicas que alteram o comportamento do ser humano, mas a
utilização dessas substâncias não é algo novo, as civilizações antigas da
América já utilizavam alucinógenos para alterar seu estado mental, no entanto
no mundo antigo, na maior parte das vezes, existia um sentido espiritual muito
amplo para o uso dessas substancias, elas eram utilizadas como um acessório
ritualístico que permitiria uma conexão com o mundo espiritual.

Em Remojadas, Vera Cruz no México, arqueólogos descobriram
algumas estatuetas com uma fisionomia engraçada, as imagens demostravam garotos
com um estranho sorriso e braços levantados, elas representam possivelmente vítimas
de sacrifícios que eram drogadas antes dos rituais para que encarassem o ato
com tranquilidade, uma forma de enfrentar um ritual complexo, porém os relatos
descreviam que o sacrificado ingeria a substancia voluntariamente e não de
forma forçada, tendo em vista que, na maior parte dos casos, o sacrifício era
um processo cultural nas sociedades mesoamericanas.
Já na América do Sul algumas provas destes costumes também
foram encontradas, em Tiwanaku arqueólogos acharam utensílios para administrar
alucinógenos que eram aspirados pelo nariz, alguns monólitos possuem nas mãos
esses instrumentos que eram vistos como materiais necessários para realizar a ritualística,
demostrando como as substancias alucinógenas tinham uma função bem específica
para esses povos. Após o uso destas substancias muitas visões eram descritas e
dai surgiam lendas, profecias e até mesmo obras de arte que demostravam
monstros com três olhos e criaturas com duas cabeças compondo assim um
imaginário causado pela alteração da razão devido ao uso de materiais
psicotrópicos.
Porém nem todas as substancias utilizadas possuíam
o objetivo de alterar a capacidade de discernimento ou se conectar com o mundo
espiritual, um exemplo clássico disso é a folha de coca utilizada na América
Andina. No princípio ela era usada em rituais pelos nobres Incas que haviam
obtido por intermédio de alguns mercadores que a forneciam como um presente dos
deuses, o povo em geral só tinha acesso a planta em momentos especiais,
ritualísticos e situações particulares, mas com o tempo o acesso a ela foi se
popularizando e a planta se tornou algo imprescindível na vida do povo Inca.

Através desta lenda vemos o quanto à folha de
coca foi significativa para o povo Inca, e atualmente ainda está fortemente
presente na cultura dos povos andinos. Existe uma justificativa biológica para
seu uso, ela possibilita o fortalecimento da respiração que é dificultada pelo
ar rarefeito, a altitude que chega a cerca de 4000 metros faz com que seja
quase impossível viver naquela região sem uma planta que auxilia o cérebro e os
pulmões na respiração e que além disso fornece energia para enfrentar aquele
relevo severo.
Acreditando na lenda ou não devemos ver a
planta como um tesouro que brotou na terra dos incas e contribuiu para o
florescimento e resistência deste grandioso povo. Vale ressaltar que a Folha
pura não produz nenhum efeito alucinógeno e é utilizada amplamente, assim como
o café no Brasil, pelos povos nativos e por visitantes na América Andina.
A utilização de drogas entre os Maias, Incas e
Astecas possuía diversas particularidades, mas o foco era alcanças o mundo
sagrado, por este motivo não existe registros significativos de que elas
geravam problemas sociais.
Um Grande Abraço
Equipe Marcelo Lambert
Jonatan
Tostes
Para saber mais sobre: Figura
sorridente. Cultura Remojadas. Vera Cruz. México. Secs. VII-VIII.
"Os
chamados Figuras de sorriso da região de Veracruz são Remojadas muitas vezes
consideradas como expressões de humor mesoamericana. Estas esculturas cerâmicas
ocas são pensados por muitos para ser associado a um deus da dança, música e
alegria. Outra interpretação convincente, no entanto, relaciona-os com um culto
de pulque, uma bebida intoxicante feita a partir da seiva fermentada da planta
agave. Os rostos animados, bochechas inchadas, inchados e salientes línguas são
considerados como evidência de intoxicação. Os números podem representar
participantes do ritual, ou mesmo vítimas sacrificiais. A sobrevivência de
muitas mais cabeças do que corpos sorridentes Remojadas sugerir a alguns uma
possível decapitação cerimonial e destruição dos corpos. Esta figura de peito
nu, com a boca aberta e dentes arquivados, se as pernas abertas e energicamente
Com os braços levantados como se travado no meio do movimento. O manto da
celebrante está consistem em uma circular brincos, colar de contas e pulseira
para juntamente com uma tanga decorada com padrões lateralmente simétricas. Em
seu ollin cap são símbolos, um sinal para o movimento. Esta escultura evoca uma
dança festiva ou ritual Acompanhado pela reverberação rítmica do chocalho de
mão e som comemorativo escapar da boca aberta da figura "(The Metropolitan
Museum of Art: http://www.metmuseum.org/toah/works- da-arte / 1979.206.1211).
Desde que li Lévi Strauss pela primeira vez, me inclino a acreditar na sua teoria embora pretensiosa. Quanto ao xamanismo, Platão em seu mundo das idéias esta defendendo o que parece estar em todas as culturas. Pensando bem ele até estaria atrasado.
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