A cruz é um símbolo universal que possui tantos nomes
e significados quanto nossa
diversificação cultural permitir, muitas vezes a
mesma cruz tem significados distintos em culturas distintas e talvez o fator
que explica a amplitude desse símbolo é sua simplicidade e associação com
outros fatores universais como os pontos cardeais e o próprio sol. Em nossa
cultura nomeamos de “Cruz” devido os romanos, pois a palavra cruz deriva de
“crucius” que significa tortura em latim, pois os romanos utilizavam estacas em
posições transversais para punir criminosos os amarrando ou pregando nelas, e
como Jesus foi vítima desse terrível castigo o símbolo se propagou através dos
tempos junto com o cristianismo se tornando mundialmente conhecido. Mas a cruz
que iremos falar nesse artigo não tem uma ligação com a cultura cristã e com
sacrifício, porém seu objetivo também é conectar o indivíduo ao sagrado o que
torna o assunto fascinante.
A “cruz” andina se chama Chakana, uma palavra composta, onde chaka significa ponte e Hanã mundo superior ou espiritual, ou ainda aquilo que está acima, dessa forma em uma tradução livre seria “A ponte entre o mundo material e o mundo espiritual”, um símbolo que demonstra a jornada do ser humano neste plano e em outros. Primeiro vamos analisar seus três níveis que possuem um significa muito complexo, a parte superior se chama Hanã Pacha (o mundo superior, habitado por deuses), a intermediária Kay Pacha, (o mundo de nossa existência) e a inferior Ucu ou Urin Pacha (o mundo inferior habitado por espíritos, ancestrais e várias deidades que tem contato próximo com a Terra), dessa forma esse símbolo descreve os três planos que existem em nosso universo e ao mesmo tempo cada nível é associado a um animal que é o guardião e guia daquele estágio.
O Condor, a águia da
América do Sul, corresponde ao mundo superior, seu dever é guiar os
seres humanos na busca pela ascensão, como é um animal que vive em regiões
altas e possui um intimo contato com o sol era visto como uma criatura
celestial, várias culturas associam as aves de rapina a esse dever seguindo
essa linha de raciocínio. O Jaguar era o guardião da Terra, um majestoso animal
capaz de ser rei nas florestas andinas e por este motivo detinha o poder sobre
nosso plano terrestre. Por fim a serpente era a guardiã do mundo inferior,
aquela que se rastejava e possuía segredos misteriosos do interior da Terra,
todos esses animais não eram apenas fisicamente os guardiões e guias desses
mundos, mas eram o tipo de energia que os andinos buscavam se conectar para
obter um caminho para o sagrado.

Existiam outras formas de ler a Chakana, dessa vez
pelas quatro pontas que completavam um círculo, existe a possibilidade de
aplicar esse símbolo a muitas funções, cada uma das quatro pontas era associada
a diversos fatores de acordo com um contexto, poderiam demostrar as quatro
estações e cada um dos seus degraus a os meses que a compõe e dessa forma serviria
como um calendário agrícola, como os povos andinos eram hábeis agricultores e
conseguiam produzir diversas técnicas de plantio esse calendário era crucial
para calcular etapas de descanso da terra e épocas de plantio e colheita. Outra
utilidade era a astronomia, esse símbolo era talhado em vários templos e servia
como forma de estudar e mapear constelações, uma das que a associação é
evidente é a Cruzeiro do Sul, existem estudos e momentos específicos do ano que
essa associação conseguia ser feita e determinados movimentos planetários
podiam ser previstos com base em estudos realizados a partir da cruz, a pirâmide
de Akapana por exemplo demostra essa possibilidade, no topo da pirâmide existia
uma cruz andina que era utilizada em rituais e observações astronômicas,
pesquisas indicam que o posicionamento da pirâmide condiz com eventos e
fenômenos astronômicos dessa e de outras eras.

No dia 18/10 faremos uma palestra no Adamastor
Guarulhos onde abordaremos mais sobre o tema e sobre a arquitetura Andina,
acesse o link abaixo e participe!
http://semcitec.guarulhos.sp.gov.br/
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Grande
Abraço
Jonatan tostes
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